TRABALHO: 7ª. Aula - Lugar da catequese: o espaço catequético. prazo de entrega 19horas do dia 19.10.2020.
TRABALHO: 7ª. Aula - Lugar da catequese: o espaço catequético. prazo de entrega 19horas do dia 19.10.2020.
7ª. Aula 05.10 - Lugar da catequese: o espaço
catequético
Texto 1
O SENTIDO DO ESPAÇO LITÚRGICO PARA A CELEBRAÇÃO LITÚRGICA
(cf. CARVALHO, Humberto Robson de, Liturgia:
elementos básicos para formação dos catequistas. São Paulo: Paulus, 2018.
pp. 105-112.)
A palavra espaço possui sentido
específico quando se refere ao espaço dedicado para a celebração litúrgica. A
realidade espacial é infinitamente ampla e complexa no contexto das diversas
ciências. Abordaremos o seu significado religioso.
No início do
cristianismo, a vivência da presença real de Jesus, o ressuscitado era tão
marcante que os elementos presentes no espaço em que viviam e rezavam refletiam
e manifestavam a espiritualidade centrada no Mistério Pascal de Jesus. O
próprio Jesus define um novo sentido para o espaço cristão, Ele é o novo
espaço, e nós por sua vez, fazemos parte desse espaço cristocêntrico (Gl 2, 20,
Jo 1, 14). Com Ele, nele e por Ele tudo foi cristificado.
No decorrer dos anos, particularmente no segundo
milênio, os cristãos vão perdendo a centralidade do Mistério Pascal. Em
consequência a presença real do ressuscitado se transfere para outras
realidades como os atos de piedade pessoal e intimista, perdendo a dimensão
comunitária da espiritualidade pascal e fazendo com que o espaço sagrado se
modifique. A situação faz com que o povo se contente em “assistir” a missa,
adorar de longe a hóstia consagrada e de vez em quando receber a Eucaristia.
Somente com o advento do Concílio Vaticano II (1962-1965) é que se consegue
resgatar a centralidade do Mistério Pascal na Liturgia. Para a catequese, tal
dimensão é importantíssima, pois é a base de toda a importante dimensão chamada
de Mistagogia: a catequese, por meio das celebrações, símbolos e sinais, conduz
ao Mistério de Cristo, da Igreja e dos Sacramentos.
O espaço sagrado é a Jerusalém Celeste onde
acontece o “Mistério” da liturgia. A liturgia é a caridade (ÁGAPE)
experimentada, saboreada e vivida por antecipação no Espaço e no Tempo Sagrado.
[1]
O espaço cristão é o espaço de um Deus que chama,
fala e celebra e do fiel cristão que responde prontamente ao chamado de Deus.
Vários são os elementos que constituem o espaço sagrado. Destacaremos alguns: o
altar, a mesa da Palavra (ambão), a cadeira da presidência, o espaço da
assembleia litúrgica, a fonte batismal, a nave, o presbitério, a cruz, a capela
do Santíssimo, a capela da Reconciliação, a capela da Mãe de Deus e o
campanário.
O altar é o centro e o coração de todo espaço
sagrado. É para ele que toda comunidade se dirige durante a celebração. O altar
representa o próprio Cristo. Por isso que ao iniciar a celebração da Eucaristia
o presidente da celebração beija-o. O altar é o lugar do santo sacrifício da
cruz sob os sinais sacramentais e é também a mesa do Senhor onde o Povo de Deus
é convidado a participar da Eucaristia, lugar do Banquete sagrado. É o ponto de
convergência e atenção. Tudo deve ser voltado para ele. Os antigos padres do
início do cristianismo, como São Cirilo de Alexandria, afirmavam que Cristo se
tornou para nós a vítima, o sacerdote e o altar de seu sacrifício.
O altar é o lugar do mistério pascal. É ele que dá
razão ao espaço litúrgico. Ele é o sinal de comunhão, de unidade e identidade
da comunidade cristã católica. Deve ser a construção principal da igreja e
formar com a mesa da Palavra e a cadeira do presidente um conjunto harmonioso.
Mesmo sendo o altar o elemento mais importante do espaço litúrgico não há
necessidade de ser grande. Quanto à sua forma retangular, quadrada ou redonda
depende dos costumes culturais da localidade onde está inserido.
No Novo Testamento, os cristãos continuam usando-o
para a celebração. No início do cristianismo era de madeira, mais tarde optaram
por ser de pedra por entenderem que a pedra representava com mais fidelidade o
Cristo sendo a rocha viva ou a pedra angular (1 Cor 10, 4, Sl 118,22, 1 Pd
2,4.7). O Novo Testamento afirma que Cristo é o próprio altar (Mt 5, 23, Hb
13,10). Com Cristo não há mais necessidade de oferecer sacrifícios, pois Ele se
ofereceu uma vez para sempre (Hb 9,28). A partir do século IV, o altar é
relacionado com os túmulos dos mártires. Nesse período o altar é uma peça
independente. Na Idade Média, foi colocado encostado na parede.
A mesa da Palavra (ambão, do grego anabaino e do latim ambo, outra etimologia: provém da palavra grega ónfolos, que significa umbigo, pois,
segundo a tradição, é daí que provém a Palavra de Deus que nutre os fiéis), dá ideia de algo que está em posição
elevada, lugar de onde Deus fala. Local da proclamação e do anúncio da vitória
de Cristo sobre a morte. Ele está vivo, não morre mais e continua falando ao
seu povo. Em algumas igrejas orientais, particularmente sírias, o ambão está
localizado no meio da Igreja, sobre alguns degraus. Na Idade Média, foi
colocado para as laterais das Igrejas.
Com a reforma litúrgica do Vaticano II, o ambão
voltou a ter o seu espaço valorizado. Os padres conciliares afirmaram que nós
temos duas mesas sagradas: a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Na
Eucaristia comungamos duas vezes, a primeira pelos ouvidos, ouvindo atentamente
a Palavra de Deus e a segunda pela boca, comendo e bebendo o Corpo e Sangue do
Senhor. Deve haver apenas um ambão, pois uma só é a Palavra de Deus.
A cadeira da presidência ou sédia é o lugar da etimasia, isto é, lugar daquele que
governa com justiça e equidade. Lugar do magistério, isto é, do ensino da
Palavra. A origem latina da palavra sedes
sugere cadeira e cabeça. É o lugar da presidência de Cristo. Como sabemos,
quem preside a liturgia é o próprio Cristo, na pessoa do presidente da
assembleia litúrgica. O presidente da celebração é o sinal sacramental de
Cristo que está presente, mas de modo invisível. Ele age e faz em nome dele.
Por isso, a cadeira do presidente da celebração deve manifestar a sua função de
presidir a assembleia e dirigir a oração.
O ministro que preside, em pé ou sentado na cadeira
da presidência, recorda o Cristo Bom Pastor que reúne num só rebanho as
ovelhas, alimenta-as com a Palavra, as conduz com segurança e as educa na
construção e reconstrução de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária
para que um dia pastores e fiéis contemplem face a face o Senhor da Vida e da
História na Jerusalém celeste preparada para todos aqueles que na liturgia
terrestre procuraram a liturgia celeste.
O espaço da assembleia litúrgica é outro elemento
fundamental no contexto do espaço litúrgico. É o lugar onde o Povo de Deus se
reúne em nome do Senhor, povo sacerdotal que celebra a liturgia sob a
presidência do ministro ordenado, representante do próprio Cristo. A
importância desse grupo reunido está no fato de ser o próprio corpo de Cristo,
cujos membros somos todos nós reunidos num mesmo lugar para glorificar e
bendizer a Deus. É o espaço da peregrinação, lugar dos batizados, lugar da
conversão.
O presbitério ou o santuário é o lugar mais importante
do espaço litúrgico. É no presbitério que se encontram o altar, a mesa da
Palavra e a cadeira da presidência. Pede-se que seja suficientemente espaçoso
para que a celebração da Eucaristia se desenvolva comodamente e possa ser vista
por todos os membros da assembleia.
A fonte batismal, a pia batismal ou
o batistério é o lugar onde o “catecúmeno” recebia, pelo poder do ressuscitado,
a vida cristã e a sua participação como membro efetivo do corpo místico de
Cristo. É por meio dessa fonte que o batizando recebe os sinais sagrados da
vida cristã católica que o tornam sacerdote, profeta e servidor. Dessa fonte
sai a água do lado aberto de Cristo, verdadeiro templo que nos purifica,
fortalece e edifica para a transformação e vivência da nova aliança com Deus e
com os irmãos, constituindo-nos sujeitos de uma nova sociedade.
No início da Igreja, o batismo era
realizado na água corrente, em rios, piscinas e poços. Com o passar do tempo,
particularmente após o século IV, criou-se lugares específicos para o sacramento
de iniciação à vida cristã. Toda Igreja deve ter a sua fonte batismal. O local
adequado para a fonte batismal é a entrada da Igreja, porém nem sempre é
possível que ela permaneça nesse espaço. O Concílio Vaticano II permitiu
colocá-la no presbitério, porém não na mesma posição do altar, ambão e cadeira
da presidência, mas num plano abaixo.
A cruz é um elemento simbólico de
muitas culturas da antiguidade, porém, para nós cristãos, é o símbolo máximo do
Mistério Pascal de Jesus. Com esse sinal fomos assinalados no batismo. Ninguém
e nada poderá tirar essa marca sagrada em nós. Fomos marcados para sempre.
Desde o início do cristianismo a cruz tornou-se objeto de veneração para os
cristãos, sobretudo a partir do século IV. Nesse período não havia a presença
do crucificado, somente a cruz enquanto cruz. A cruz é sinal de vitória. Ao
contemplarmos a cruz no presbitério, mergulhamos, por meio dela, no Mistério
Pascal de Jesus.
A Capela do Santíssimo, dedicada a
guardar as reservas eucarísticas, é o lugar de adoração e oração pessoal. O
Cristo sacramentado nos dá a força e a coragem para sermos no mundo sinais e
portadores de seu amor misericordioso. Na capela do Santíssimo somente deve
haver o tabernáculo e a lâmpada do Santíssimo. Nada mais. A lâmpada acesa é a continuidade do Fogo Novo
aceso na liturgia da Vigília Pascal e sinal da presença da Eucaristia.
A Capela da Reconciliação é o lugar
do perdão. Espaço reservado tão somente para o sacramento da reconciliação. Não
é espaço para direção espiritual ou aconselhamento psicológico. Deve ser um
lugar sóbrio contendo apenas um crucifixo, a Bíblia, genuflexório e cadeira
para o penitente se confessar, arrepender-se, receber a absolvição.
A Capela dedicada à Virgem Maria,
Mãe de Deus, é um espaço simples, porém capaz de permitir que o Povo de Deus
possa manifestar o carinho e a devoção para com aquela que trouxe ao mundo o
autor da salvação e da redenção. É conveniente que a capela esteja próxima ao
presbitério e a pia batismal, pois Maria é Mãe da Igreja, a nova Eva.
Texto 2
(Pontifício Conselho para a Promoção
da Nova Evangelização, Diretório para a Catequese. Brasília: Edições
CNBB, 2020, nn. 221-223).
O espaço (n.
221-223)
(221) Toda
cultura, sociedade ou comunidade dispõe não somente de uma linguagem verbal
própria, icônica e gestual, mas também se exprime e se comunica por meio do
espaço. Da mesma forma, a Igreja deu significados específicos aos próprios
espaços, usando os elementos da arquitetura em função da mensagem cristã. Ao
longo dos séculos, criou espaços adequados para acolher as pessoas e realizar
suas atividades: celebração dos mistérios divinos, partilha fraterna e ensino. (...)
(222) Os
espaços para a catequese são lugares por meio dos quais a comunidade exprime
sua forma de evangelizar. No atual contexto social e cultural, faz-se oportuna
uma reflexão sobre a especificidade dos lugares da catequese como instrumentos
de anúncio e de educação às relações humanas. Por isso, é necessário que esses
ambientes sejam acolhedores e bem cuidados, de modo que se perceba um clima de
familiaridade que promove um sereno comprometimento com as atividades
comunitárias. Os ambientes, muito populares, que recordam as estruturas escolares,
não são os melhores lugares para a realização das atividades catequética.
Convém, portanto, que esses espaços sejam adaptados ao efetivo sentido da
catequese.
(223) É
verdade, todavia, que a dinâmica da Igreja
em saída, que perpassa a catequese, também tem implicações no que diz
respeito aos espaços. Devem ser incentivadas as tentativas de uma catequese em
lugares diversos: casas, pátios, espaços educacionais, culturais e recreativos,
cadeias etc. Esses locais, muitas vezes descentralizados com relação àqueles da
comunidade cristã, são propícios para a catequese ocasional, uma vez que criam
relações mais familiares, de modo que a catequese, nessa correlação mais
visível com a vida cotidiana, pode ser mais incisiva.
Texto 3
Catequese
com Leitura Orante e com inspiração catecumenal
Catequese
Mistagógica
O Diretório Nacional afirma:
“é a inspiração catecumenal que deve iluminar qualquer processo catequético”
(DNC 45). Assim, é nossa missão construir itinerários de educação na fé de
inspiração catecumenal. Deste modo, estaremos favorecendo uma catequese
mistagógica
Para alcançar este objetivo, é preciso conhecer a metodologia
catecumenal. São características essenciais da metodologia catecumenal: seu
caráter cristocêntrico e gradual, a função eclesial, a centralidade do mistério
pascal, a inculturação, a formação intensa e integral vinculada a ritos e
símbolos (IVC 72-73).
Portanto, um itinerário catequético catecumenal e, consequentemente
mistagógico, é aplicação criativa da metodologia catecumenal. Seguem algumas
características deste novo jeito de se preparar os catequizandos para os
sacramentos da Iniciação Cristã.
- Realizar encontros celebrativos: Superar a metodologia dos encontros de catequese como sala de aula, tornando-os celebrações catequéticas com Leitura Orante: leitura do texto bíblico; meditação; oração e contemplação. Tudo isso com uso de símbolos e sinais.
- Aproximar os catequizandos da liturgia: motiva os catequizandos a compreenderem e se apaixonem pela liturgia, sobretudo pela participação ativa das celebrações eucarísticas e da Palavra (culto dominical).
- Realizar celebrações catequéticas. Sugere-se alguns encontros celebrativos com familiares na comunidade, e com familiares na própria casa. Os próprios catequizandos devem conduzir estes momentos na família.
- Realizar celebrações de entrega e ritos de passagem. Um resgate do sentido da gradualidade do processo catequético presente no catecumenato. O catequizando deve sentir que ele avança a cada dia no caminho. A realização de algumas celebrações de passagem pode ajudar neste sentido. Aqui merecem destaque as entregas, tão valorizadas no catecumenato: celebração festiva, com toda a comunidade, com a entrega de um símbolo para cada etapa do itinerário: a Bíblia, o Pai Nosso, o Credo, a Cruz, as Bem Aventuranças... Outras celebrações também são carregadas de significado: celebração de acolhida (no início das atividades catequéticas, com as famílias), celebração de envio...
- Valorizar o tempo litúrgico. É preciso retomar toda a riqueza do Ano litúrgico e a centralidade do Mistério Pascal. O tempo da Quaresma, com sua riqueza, é um forte momento para se vivenciar a fé por gestos concretos, principalmente aproveitando-se a Campanha da Fraternidade. Não esqueçamos também do apelo à oração, das celebrações penitenciais, via sacras... O Tempo Pascal é o centro do Ano Litúrgico.
- Conduzir os catequizandos para a participação em atividades pastorais. A mistagogia é uma educação para o viver cristão. Não basta a Palavra, a liturgia e a oração se não nos convertemos. Assim, é muito oportuno que os catequizandos realizem atividades que os eduquem para a caridade, participando ativamente de uma pastoral.
[1] PASTRO, C. Arte sacra: o espaço sagrado
hoje. São Paulo: Loyola, 1993, p. 15.
Muito bom e importante para Nossa formação, estou aprendendo muito, que Deus abençoe o padre Edivaldo por partilhar conosco este conhecimento riquisso
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